País de FDPs

Aqui não há espaço para amadores. Se você quiser sobreviver ao Brasil, trate de tornar-se um profissional. Mais especificamente, um profissional na arte de ser filho da puta. Você pode optar em não sê-lo, mas prepare-se para ser o mais infeliz dos mortais. Haveria a opção de ser alienado. Mas definitivamento, isso não dá certo. Ou você é um alienado de nascença ou nunca será.

Se você diz que é feliz no Brasil, mas não faz parte da trupe dos FDP, com toda a sinceridade: você é um idiota! No mínimo, um idiota. Se você faz a sua parte e espera por mudanças, você é um ingênuo, praticamente uma garotinha Amish. Se você se apega a Deus ou a alguma religião, vá rezar. Mas já aviso que não tem dado bons resultados. Somos o maior país católico do mundo, rezamos e terceirizamos as soluções para os nossos problemas diariamente a alguma divindade. E o resultado está escancarado nas nossas fuças.

Al Capone, Pablo Escobar, Unabomber, Jack Estripador. No Brasil, eles estariam na pré-escola do crime. Mas se fossem tupiniquins, teriam sido deputados, senadores, juízes. E tenho certeza que sentiriam vergonha de fazer parte de algumas alianças políticas atuais. Eu preferiria tomar um café com qualquer um deles a estar na presença de Renan Calheiros, José Sarney, Fernando Collor. Comprar um carro usado então?! Ok, dessa lista o Unabomber não deveria fazer parte. Se bem que é melhor ser explodido do que sentir o cheiro da merda do Sarney no seu carro todos os dias.

Porém, jogar toda a culpa pela podridão do país nas costas dos políticos é de uma superficialidade típica dos preguiçosos. Se for ouvir as reclamações do povo a respeito dos governantes, você pode pensar que eles são extraterrestres e foram colocados lá por alguma entidade interplanetária que impôs esse castigo a nossa gente tão sofrida. Eu não sei quem foi que disse a frase “cada povo tem os governantes que merece”. O que sei é que poucas vezes alguém foi tão feliz em uma afirmação.

Somos um povo burro, formado por preguiçosos, dissimulados, aproveitadores e mercenários. O explorado só não é explorador por falta de oportunidade. Está no nosso DNA o mau caratismo. Me irrita profundamente ouvir que o brasileiro é um povo amoroso, solidário, hospitaleiro. Isso é de uma mentira, de uma manipulação da própria imagem que beira ao nojento. Quando eu ouço um compatriota que está fora do Brasil há algum tempo dizer que o que mais sente falta daqui é o calor humano do povo brasileiro, eu tenho vontade de colocar esse animal numa jaula e solta-lô em algum supermercado popular às vésperas do Natal. Ou dirigindo um carro em um engarrafamento , onde o gentil povo brasileiro mostra a sua cara. Ou esperando/utilizando o transporte público, sendo empurrado e tendo que defender seu território como um cão sarnento.  Vai pro inferno! Se sente falta de alguma coisa dessa imensa merda, por que não vem pra cá, comendo o pão que o diabo amassou diariamente conosco?

Acalmando os ânimos (no caso só o meu)… a cada assalto, latrocínio, sequestro de pessoas de bem, mais me convenço que esse país foi feito para os bandidos. De bandido para bandido. Esse é o lar deles. Nós é que estamos no lugar errado. A lei é feita por eles e para eles. Eles são julgados por eles mesmos. Sempre há um “jeitinho” de burlar as regras, em qualquer âmbito. “Jeitinho” esse tão enaltecido pelo nosso povo. Aqui se fecham os olhos para outras civilizações. Para povos que passaram por problemas semelhantes no passado e que de alguma forma os solucionaram. Não por arrogância, mas porque não ganharíamos nada em melhorar o país. Ficaria mais difícil de roubar, desviar, corromper, enfim…dar aquele “jeitinho”.

Estamos fadados a sermos isso mesmo que está ai. Não existe esse negócio de país do futuro. A única coisa que poderia nos tirar dessa lama é a educação. Quem tem um pouco acaba desistindo ou entra no jogo. E assim segue nosso fracasso, ano após ano.

Mas daqui a pouco é fevereiro. Praia e carnaval. Pra que mais?!?!